terça-feira, 19 de julho de 2011

Saúde = fé e amor à vida

A saúde no município de Caxias do Sul entrou em colapso justamente quando o povo mais precisava de socorro. São inegáveis os investimentos feitos nas gestões do ex-prefeito Pepe Vargas (PT) e do atual prefeito José Ivo Sartori (PMDB). Apesar disso, também é perceptível que em algum ponto a linha arrebentou por falta de planejamento consistente e contínuo para enfrentar as doenças em um período sazonal como o inverno, onde aumenta consideravelmente as internações e a procura por atendimento médico, até mesmo pelas características geográficas de nossa cidade e pelas condições climáticas.

O caos ganhou tamanha proporção que até o bispo Dom Paulo Moretto estimulou o povo a se insurgir contra a situação, indo para a rua protestar. As palavras sábias, e ditas de forma habilidosa pelo religioso, buscaram amparo no conceito do Fundamento. As posições do líder da Igreja Católica foram reveladas em entrevista ao jornalista Gilberto Blume, na edição do Jornal Pioneiro de final de semana. O repórter insistiu com Dom Paulo se ele agitaria sua bengala em uma mobilização junto com o povo. A resposta foi sim, seguida de outra pergunta com a devida resposta.

“Se eu devesse, eu faria, porque é uma coisa que tem fundamento. Não tem fundamento? Tem fundamento”, pregou o bispo.
                                            
                                Foto divulgação/Internet/por Mitra Diocesana

Mas o recado de Dom Paulo não se restringiu ao estímulo ao povo para ir às ruas. Nas entrelinhas, o religioso fez uma sutil comparação entre os governos Pepe e Sartori no que tange à atenção básica à saúde.

“Eu tenho respeito pelo atual prefeito, mas também tenho estima pelo ex-prefeito Pepe Vargas, por tudo que ele fez pelos hospitais e pelo tipo de medicina que exerceu”.

Blume quis saber mais e perguntou:

Como assim?

E Dom Paulo não o deixou sem resposta:

“Pepe exerceu a medicina popular.”

A greve dos médicos também foi tratada como uma situação triste pelo religioso. E de fato é muito triste, porque traz tristeza e lamentações a diversos lares. Traz dor, aperto no peito, medo e insegurança, porque deixa um flanco aberto num campo de batalha perigoso, num duelo entre a vida e morte. Se salva quem tem a sorte muitas vezes.

Na questão da greve, igualmente, faltou uma palavra mágica nas entre o poder público e o Sindicato dos Médicos: Diálogo. Optaram pelo confronto judicial. E a população assistiu de braços cruzados suas vidas sendo decididas na queda de braço.

A expressão “vá reclamar com o bispo” surgiu na Idade Média como uma forma de mostrar o poder Real que a Igreja detinha nas mãos (e nas decisões) para resolver (ou não) os problemas da população. Hoje, na contemporaneidade, a mesma Igreja continua a exercer seu poder, mas quem apela é o BISPO.

Dom Paulo tem razão. Os movimentos sociais, as Associações de Moradores de Bairros (Amobs), a União das Associações de Bairros (UAB) precisam reagir e emergir do meio da lama, onde reina a peste da INÉRCIA E PASSIVIDADE, para não permitir que a vida humana seja tratada como um jogo de poder ou de diversão.

PS: Na minha casa, as doenças respiratórias abateram a mim, minha mulher e minha filha. Fomos todos parar no pronto atendimento do Hospital Saúde para fazer Raio X. Graças que tínhamos plano de saúde e o tratamento teve início rápido. E quem não tem?      

Nenhum comentário:

Postar um comentário