quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pelo que lutamos e sonhamos?

O aumento ou não de vereadores pelas Câmaras da região parece-me uma discussão que deve ser feita no sentido de trazer a população para dentro do debate e não induzi-la a uma visão (pré) concebida sobre o ter ou não ter mais parlamentares. Diante da proporção e do destaque do tema em setores da imprensa caxiense, resolvi colocar a minha colher neste caldeirão, já que Caxias do Sul, por exemplo, deve passar dos atuais 17 para 23 vereadores.

                                 Acervo Câmara de Vereadores/Divulgação    


A representatividade da população aumenta com mais vereadores desde que o povo saiba fazer as suas escolhas. Deixar como está parece uma situação de lavar as mãos. Mas precisamos, antes de tudo, entender e compreender a importância dos poderes constituídos dentro do Regime Democrático de Direito. Lutamos muito para termos essa prerrogativa democrática de escolha, de liberdade de expressão. 

Se não funcionam na sua plenitude, como gostaríamos, temos de nos impor de outra forma. Não na crítica pela crítica, mas na ação concreta, com manifestações, passeatas e peregrinações pelos corredores que levam aos gabinetes dos Parlamentos. Do contrário, estaremos fazendo apologia para desconstituir e enfraquecer essas instituições e, consequentemente, o próprio povo que hoje diz não ao aumento de vereadores, embora a amostragem de 441 enquetes, que resulta no extraordinário percentual de 87,5%, seja pequena, se for considerado que somos quase MEIO MILHÃO DE HABITANTES e 335 MIL ELEITORES.
                                   
                                 Luiz Erbes/Divulgação   


O povo precisa exercer o seu direito de escolhas, de cidadania e de soberania. Mas essa participação deve ser efetiva, permanente, contínua. O eleitor não pode simplesmente eleger o seu vereador e depois não fiscalizar e não acompanhar o seu trabalho. O povo precisa se empoderar deste direito, de que ele é o patrão e deve manter olhos vigilantes e atentos sobre a procuração passada em branco para ser representado por um agente político. Precisa analisar, analisar, analisar, quantas vezes forem necessárias o currículo e as qualificações dos que se apresentam como candidatos. Só assim teremos parlamentares mais qualificados e comprometidos com as lutas do povo.   

Não dá, por exemplo, para o eleitor escolher um nome para votar de última hora, deixar passar quatro anos e depois sequer lembrar o nome de quem votou. É essa discussão que me parece a mais sensata e madura para fazer com a população. Não podemos só condenar os políticos. 

Precisamos, como eleitores, ser mais exigentes nas nossas escolhas e mais vigilantes. Somos quase MEIO MILHÃO de habitantes. Já imaginaram esse exército, ou parte dele, na luta, em ação? Pelo que lutamos e sonhamos? 

2 comentários:

  1. Belo texto camarada! O fortalecimento da democracia passa por essas reflexôes! É no Parlamento que se ouve a voz dos grupos que não fazem parte do Executivo, da minorias. Se não tivéssemos o Parlamento, teríamos a pura ditadura. ;)

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  2. Mais representatividade se o povo estiver consciente da escolha de quem vai lhe representar!

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