quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ao mercado, a riqueza. Ao povo, as migalhas

Cada vez que a taxa de juros sobe, uma parcela pequena e milionária da elite fica mais poderosa e rica, enquanto um grande e expressivo número de trabalhadores brasileiros afunda-se no poço da miserabilidade. Juros altos significam menos recursos para o básico: saúde, educação, segurança... Menos recursos para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento, porque reduzem os investimentos em infraestrutura e logística.
Traduzindo. 

Juro alto reduz drasticamente as verbas públicas para estradas, aeroportos e portos. E, consequentemente, reduz a esperança de quem sonha com um emprego digno, com carteira de trabalho assinada, distribuição de renda e melhores condições de vida. Ou seja: reduz o direito do povo à cidadania. Reduz o direito à dignidade humana.
                                 Fotos Internet/Divulgação 


A presidenta Dilma Rousseff (PT) precisa assumir as rédeas do Banco Central para barrar de vez essa política monetária nefasta e injusta que só deixa o povo cada vez mais pobre para manter o status quo de uma pequena parcela da elite.

Essa do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar pela quinta vez consecutiva no governo Dilma a taxa de juros em 0.25, elevando a Selic para 12,5%, beira o desrespeito. É humilhante. É revoltante, porque se trata de uma contradição inclusive com as políticas sociais elencadas pela presidenta como prioridade. É óbvio que não causou surpresa no mercado, porque é quem, de fato, tem ditado as regras da política econômica.

Os banqueiros acumularam 14 milhões de euros em lucro, entre 2004 e 2010. Essa fortuna foi constituída com as bênçãos do Estado, mas não daqueles que sobrevivem com as migalhas de pão seco. Do mercado financeiro e dos investidores internacionais, vêm os aplausos, enquanto boa parte do povo CHORA de fome.

   

A primeira medida para reduzir as desigualdades sociais e tirar da linha da extrema miséria os 16 milhões de brasileiros que passam fome e vivem com menos de R$ 70 por mês reside exatamente na redução dos juros abusivos, que só servem para satisfazer o mercado financeiro e enriquecer ainda mais os banqueiros.  É preciso uma política de governo para romper com esse ciclo vicioso e avançar nas mudanças, com mais distribuição de renda.

Um país, promissor como Brasil, também não se desenvolve com uma taxa de juros tão elevada que só penaliza o povo. Como chegar à posição de quarta potência mundial? Até quando vamos continuar nos curvando às decisões do mercado? A presidenta Dilma foi eleita com o clamor do povo para avançar nas conquistas obtidas nas duas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas, para que isso ocorra, Dilma tem de tomar a dianteira da política macroeconômica do seu governo. Precisa reunir a equipe e impor as regras.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário