quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"Eu tenho um sonho"

Em tempos de racismo contra médicos cubanos, um dia para rememorar a memória pelo fim da segregação racial.

"Eu tenho um sonho", gritou Martin King King Jr. há 50 anos à multidão, com sua voz reverberando com emoção, "que meus quatro filhos pequenos um dia vivam em uma nação onde serão julgados não pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter".



Nesta quarta-feira, os Estados Unidos lembram os 50 anos do famoso discurso do histórico llíder negro Martin Luther King, pedindo o fim da segregação racial no país na maior manifestação em defesa da igualdade racial. A sua voz ecoou no dia 28 de agosto de 1963, Quase cinco anos após o discurso, o líder negro foi assassinado. Em 14 de outubro de 1964, King recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo o combate à desigualdade racial através da não-violência. Nos próximos anos que antecederam a sua morte, ele expandiu seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietnã, alienando muitos de seus aliados liberais com um discurso de 1967, intitulado "Além do Vietnã".

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Zorzi levanta a voz contra a UFRGS em Caxias


A função social e transformação do ensino superior não podem ser vistas e encaradas com a mera propriedade de uma educação mercadológica, que só visa o lucro, dentro de uma visão capitalista. É estranho ver a posição arraigada em torno do lucro a qualquer preço do reitor Isidoro Zorzi no Pioneiro de hoje sobre a sua contestação de repassar o Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS) para abrigar uma extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como propõe o vereador o presidente da Comissão Pró-Universidade Pública, Rafael Bueno. Ao dizer não à oferta do Campus 8 é o mesmo que dizer não à UFRGS em Caxias.


Considerando a trajetória política no PMDNB e acadêmica do reitor Zorzi é difícil aceitar essa falta de sensibilidade social para com aqueles que não têm condições de cursar uma faculdade na UCS. Mas, o reitor não é o único personagem desta história. As deliberações na UCS são tomadas pelo seu Conselho Diretor, onde o Estado, o governo federal, a prefeitura, a Mitra Diocesana, a CIC e o Virvi Ramos têm assento garantido. É hora de envolver essas entidades e representações de Estado neste debate sob o ponto de vista do seu papel social.
Ao mesmo tempo em que Zorzi nega com veemência a transferência do Campus 8 para abrigar uma extensão pública e de qualidade no ensino superior, alegando não ter onde colocar os 1.500 alunos que lá estudam, reforça que a Cidade Universitária tem mais de 500 salas de aulas ociosas, que poderiam ser alugadas pela UFRGS ou até mesmo para a compra de vagas de cursos já existentes. Oras. Isso é fortalecer uma visão maniqueísta e capitalista, que só visa o lucro.



O prefeito Alceu Barbosa Velho e a Mitra Diocesana já se manifestaram a favor da vinda da UFRGS, mas é preciso levar essa discussão para dentro do Conselho Diretor. Cadê a função social dessas entidades? Da Igreja Católica? Do Estado? E o que pensa a CIC, que tanto clama por mão de obra qualificada para atender o mercado de trabalho?

São questionamentos que precisam ser respondidos e, principalmente, envolver a comunidade neste debate. Os jovens, os filhos dos trabalhadores e os próprios trabalhadores têm o direito de acessar o ensino superior de qualidade e gratuito. E as forças vivas da cidade precisam estar engajadas neste debate. Do contrário, ele tem dificuldade de avançar quando os interesses são meramente econômicos.

É inevitável também trazermos para esse debate, que precisa ser público e com a sociedade, quanto a UCS ganha de isenção de impostos do governo federal para carregar o caráter de universidade comunitária.

E, para finalizar, espera-se que a comissão eleitoral que vai conduzir o processo de escolha do novo reitor da UCS tem a serenidade e a responsabilidade de ouvir a comunidade acadêmica e não fazer como anos anteriores onde silenciou a voz a escolha dos alunos, professores e funcionários. Espera-se ainda que o novo comandante da UCS tem sensibilidade para essa questão da UFRGS, um outro olhar. Afinal, cadê o comprometimento com a educação.