terça-feira, 21 de junho de 2011

A história do Rei Sapo da BR-116

A julgar pelos imbróglios em torno da construção de passarela na BR-116, acho que tem sapo enterrado naquela rodovia. E a prefeitura parece não estar conseguindo encontrar uma cavadeira articulada para desenterrar o bicho do lugar. E a obra, segue à espera de uma empresa, num cenário de incertezas.  

Entenda o tamanho do feitiço que ronda a administração do prefeito José Ivo Sartori (PMDB). Os R$ 300 mil conquistados para a passarela da BR-116, no bairro São Ciro, repousam em cofre esplêndido desde 2009. Isso mesmo, não é berço, é cofre. Os recursos foram garantidos por meio de emenda parlamentar da deputada Manuela D´Avila (PCdoB-RS), atendendo pedido do hoje deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS).
Pois bem. Desde então, a prefeitura de Caxias engatinha atrás de uma solução. Antes, faltava autorização de órgão oficial que se responsabilizasse pela rodovia. Leia-se Dnit, Daer, ANTT, etc... O documento autorizando a construção da passarela naquele trecho urbano violento saiu, enfim, no mês de abril deste ano. Mas não foi suficiente para desenterrar o sapo da BR-116, onde reina com poder absoluto.
O governo Sartori abriu licitação, mas no primeiro certame não houve empresa interessada em executar a obra por R$ 410 mil (R$ 300 mil da emenda e mais R$ 110 mil da contrapartida da prefeitura). No segundo lote, surgiu a empresa RPP Empreendimentos Imobiliários para executar a obra. Mas, não era desta vez que o sapo seria desenterrado. A candidata à obra apresentou orçamento em torno de R$ 600 mil, ou seja, 50% a mais sobre o orçado, o que tornaria a contratação inviável por conta da lei. Sempre ela. A salvaguarda lei que engessa os poderes e dá sustentação para a falta de iniciativa política. Ou falta de vontade política para fazer.
Agora, as últimas notícias apontam para a vitória do sapo. Prefeitura e Caixa Econômica Federal não conseguiram convencer a candidata RPP a aceitar preço menor, que desistiu na última segunda-feira, dia 20 de junho. Não se confundam. Não estou falando de candidata à rainha da gloriosa Festa da Uva. Isso mesmo aquela que estão discutindo se mantém ou não o topete das soberanas, que parece ter mais valor do que obras importantes para o interesse da coletividade, como a passarela.
Diante do novo cenário, o secretário da Fazenda, Carlos Búrigo (PMDB), diz que a prefeitura está em tratativas com duas ou três empresas para ver se consegue assinar contrato até a próxima semana, sem licitação. Entretanto, o tempo urge, e o governo Dilma Rousseff (PT) estabeleceu como último prazo para usar o dinheiro o dia 30 de junho. Será que vai dar tempo de desenterrar o sapo ou vamos coroá-lo como REI. Só não sei se ele terá topete ou não. 


E, para finalizar, na semana passada, foi constituída uma comissão pró-passarela da BR-116 do bairro São Ciro, formada por lideranças comunitárias de 8 Amobs, UAB, Direção da Escola Erico Veríssimo, CPM e Grêmio Estudantil do respectivo colégio, que já perdeu um aluno em 2008, atropelado, naquele famigerado trecho violento.  A comissão tenta uma audiência com a prefeitura para fazer um apelo pela obra. Búrigo está vendo um horário para ver se consegue receber os representantes da comunidade, do povo, nesta quarta-feira.    

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