terça-feira, 25 de junho de 2013

Enfraquecer Dilma é enfraquecer o protagonismo das mulheres e fortalecer o retrocesso

A hora é de mudanças, mas não podemos cair na armadilha e sermos usados como massa de manobra por alguns setores ditos “apartidários”, com interesses fascistas e espúrios, escondidos atrás de máscaras anônimas. A presidenta Dilma Rousseff, como autoridade máxima do país, deu respostas concretas às reivindicações das ruas, mas mesmo assim sofre ataques de incrédulos e descrentes. Esse pessimismo aparente não pode ser encarado só como insatisfação do povo, da massa. Um presidente não governa sozinho, depende dos outros poderes, em especial do Legislativo. As manifestações são legítimas e merecedoras de aplausos, mas o povo tem de levar essa determinação para as urnas e saber cobrar o seu voto sempre no exercício da democracia e, principalmente, lembrar em quem votou. Isso é exercer a democracia e cidadania.
Presidenta surpreende dar respostas concretas às vozes das ruas 

E quando os interesses individuais de legisladores se sobrepõem aos interesses do coletivo, um governo fica engessado. Portanto, não podemos atirar todas as pedras contra a presidenta. É preciso conhecer a Constituição Estado e as suas instituições de poder, que envolvem Executivo, Legislativo e Judiciário.
Com o clamor das ruas, com o grito do povo que se levanta em levante histórico, Dilma ganha forças para liderar esse movimento e propor as mudanças necessárias, que dialogam com as vozes do povo. Mas é preciso ter essa compreensão da funcionalidade dos poderes e as barreiras e limites impostos por essas estruturas, muitas delas arcaicas e jurássicas.
Nas ruas, o governo é acusado de não promover reformas estruturais importantes. Quando a presidenta anuncia medidas, algumas dissonantes, infiltradas dentro das manifestações chamam de demagogia, que são mais promessas e promessas, e cobram o porquê não fez antes se sabia as necessidades do povo. Não sejamos ingênuos. Esse contraponto é para enfraquecer não apenas um governo progressista, mas a figura da própria presidenta.

Manifestações são legítimas, mas é preciso estar atento


Enfraquecer Dilma como agente político e primeira mulher a governar o país é atingir o protagonismo e as conquistas das mulheres, promovendo retrocessos incalculáveis no país. Com Dilma na Presidência, as mulheres se fortaleceram na luta diária e desigual e passaram a ter mais autoridade para fazer sua voz ecoar. Por outro lado, a tentativa de golpe de Estado para retirar Dilma do poder não passa na mente da maioria do povo que clama por mudanças, mas ganha, com certeza, força e forma nas estratégias montadas por uma elite conservadora, que não dome no ponto e quer voltar ao poder a qualquer preço.
Essa mesma elite está encravada dentro desses movimentos que ganham as ruas. Lutamos muito para chegar à democracia, muitos morreram neste longo percurso, derramaram sangue por um Brasil Melhor, mas quando o capitalismo sofre abalos e enfraquece, as formas para se recuperar são as mais nefastas e inimagináveis, porque usam dos aparelhos ideológicos do Estado para tentar se reerguer.
Não estou dizendo com isso que a luta das ruas não sejam legítimas. O povo de continuar nas ruas, sim, mas de forma ordeira, organizada, com direção e foco. Quem patrocina os vândalos e arruaceiros que mancham as cores verde e amarela e até mesmo grito do povo, na sua maioria esmagadora, legítimo? São questionamentos que têm de ser feitos, porque muitos dos infiltrados na belíssima marcha em Caxias, que reuniu mais de 35 mil, eram de Porto Alegre. Como se deslocaram de lá? Quem pagou o transporte?

PEC 37 envolta à polêmica. Interessa a quem?
A PEC 37, que ganhou força dentro dos protestos é matéria muito embaraçosa e envolta à polêmica e interessa muito mais para quem disputa o poder dentro da esfera do Judiciário. É matéria muito obscura ainda. A Ordem dos Advogados no Brasil (OAB), por exemplo, é a favor da votação da PEC no Congresso nacional, que é contestada nas ruas (veja link de matéria no final de deste texto).
A corrupção no país existe desde o Brasil Colônia, passando por Pedro pai, Pedro filho, pelo Brasil República e segue até os dias atuais. Somente uma reforma política eficaz será capaz de aplacar a safadeza e os desvios de recursos públicos.  


E para finalizar:
É a mulher e sua força verdadeira/Eu tô com Dilma/Uma grande brasileira.



O Pacto de Dilma e o voto de confiança do povo
Dilma apresentou um pacto com cinco medidas: anunciou R$ 50 milhões para obras de mobilidade urbana, convocação de plebiscito para promover a reforma política em constituinte exclusiva, um dos maiores gargalos e obstáculos que impede a evolução de um Brasil Melhor, defendeu ainda que a corrupção seja crime hediondo.
 Na saúde,  anunciou a troca de dívidas por mais atendimentos e incentivar a ida de médicos para regiões que mais precisam. Dilma garantiu ainda que as vagas do Sistema Único de Saúde (SUS) serão oferecidas primeiramente aos médicos brasileiros, mas quando não houver disponibilidade, serão contratados médicos estrangeiros. E mandou um recado à classe médica:  “Essa medida não é hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de medida emergencial porque a saúde do cidadão deve prevalecer sobre qualquer outro interesse”.


Para a presidenta Dilma, só médicos não resolve problemas, por isso quer garantir melhoria na estrutura do sistema, além de ampliar vagas de graduação e residência para estudantes brasileiros até 2017. Comprometeu-se ainda com aceleração nas obras de UPAs e UBSs.
Na Educação, talvez a mais emblemática das afirmações tenha sido esclarecer que o seu governo quer aplicar 100% dos royalties do petróleo e 50% do pré-sal nesta área, repassando os recursos a serem recebidos pelos estados e municípios e a parte da união para investimentos em educação. Onde está esse projeto? No Congresso Nacional para ser votado com urgência constitucional, mas não anda porque cada representante de estado quer puxar para sai a maior fatia para preservar seus currais eleitorais.

A posição da OAB sobre PEC 37

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