segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Carnaval não é urna eleitoral nem samba de aprendiz. É raiz e muita história

O meu envolvimento com o Carnaval de Rua de Caxias vem de longas décadas. Sinto orgulho da minha história de vida, desconhecida talvez de muitos atores jovens estreantes na vida política e aprendizes da história. Na condução de um bom historiador, a regra básica é buscar informações, vasculhar fontes, documentos, para conhecer um pouco da história de muitos que nos cercam antes de reduzir reconhecimentos e homenagens à politicagem vazia, sem conteúdo, amparada em crítica sem fundamento.

Fiquei emocionado quando a direção da Escola de Samba Unidos da Zona Norte procurou-me para pedir se eu aceitava ser o homenageado pela agremiação. Queriam homenagear um jornalista que tivesse uma relação intrínseca com a cidade e que tivesse trabalhado para ajudar a reduzir as desigualdades sociais. Que tivesse usado do ofício de jornalista para ser protagonista e porta-voz da história de muitos.

Destaque da Protegidos da Princesa como Faraó

Chegaram até a minha pessoa por indicação de muitos. Tudo o que me pediram foi a biografia, pois tinham conhecimento prévio de fragmentos da minha história. Não pediram dinheiro. E também não os procurei para comprar homenagem, porque meu histórico de vida e conduta pessoal jamais permitiriam isso. Meu histórico foi construído nos pilares da ética, credibilidade e comprometimento com as pautas sociais.

Os aprendizes de política que hoje fazem esse julgamento deveriam se aprofundar no conhecimento de sua própria história e refletir sobre qual a marca pretendem deixar na sociedade onde transitam. Portanto, não temam a ameaça eleitoral, porque o bom debate é feito de conteúdo, credibilidade e respeito à história de aliados ou adversários políticos. E, de antemão, agradeço colegas jornalistas honrados que estão se apresentando para ajudar na preparação de alas e eventos para contribuir com a Escola Unidos da Zona Norte, ou seja, movimentos para ajudar a construir o Carnaval de Rua e não destruí-lo como tentam alguns.

Desfilando pela Escola de Samba Filhos de Jardel

Orgulho-me de ter sido porta-voz dos carnavalescos, defensor e apoiador do Carnaval de Rua de Caxias. Afinal, a história registra pelo menos duas passagens minhas como sambista pela Sinimbu no início dos anos 2000. Uma como destaque da Escola de Samba Protegidos da Princesa e outra como integrante da Escola de Samba Filhos de Jardel, que, aliás, é do bairro Jardelino Ramos, antigo Burgo, onde vivi toda a minha infância e permanecei até a idade adulta. Bairro onde moram os pais e a maior parte dos meus irmãos.

É um orgulho quando esse reconhecimento ao trabalho que desempenhamos vem das massas, do povo, sem a necessidade de um panfleto para fazer apresentações, porque a história é de domínio público. Honrarei com muito orgulho e darei o máximo de mim para fazer valer a escolha de uma escola que tem raiz, não é planta superficial, sem beleza e sem cheiro.

Repito: Quando nasci, minha mãe registrou-me com o nome de Roberto Carlos imaginando me projetar na carreira musical, mas esse menino cresceu, virou jornalista, defendeu com fervor as causas sociais e história deu samba.         

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