sexta-feira, 29 de julho de 2011

Reflexões sobre a vergonhosa situação habitacional da rica Caxias do Sul

A esperada manifestação do prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), sobre a demolição de quatro casas no Loteamento Altos da Maestra na última terça-feira por parte da prefeitura ainda não está na imprensa desta sexta-feira. Infelizmente. O chefe do Executivo perde a oportunidade de dar uma resposta para a população sobre o que pensa em relação à operação desastrosa comandada pelo secretário de Habitação do seu governo, Flávio Cassina (PTB), e quais serão as medidas administrativas.
                               
                                Foto blog Ana Corso/Divulgação

Aliás, quem tem falado em nome da administração é próprio Cassina. Coube ao vereador Mauro Pereira (PMDB), da base governista, justificar em acalorado debate na Câmara de Vereadores na sessão da última quinta-feira que o prefeito Sartori desconhecia a ação desastrosa. Mauro reconheceu que o episódio foi um erro da administração. E tocou ainda em um problema crônico e indigesto para a cidade: o déficit habitacional, estimado no alto número de 10 mil moradias.


O vereador governista cobrou ainda medidas do Executivo, ou seja, do governo Sartori, para reduzir déficit de moradias populares. Aliás, é bom voltar no tempo neste espinhoso assunto habitacional. Como está a questão dos 547 lotes no Loteamento Campos da Serra? A área foi repassada para o município em 2005 e não evoluiu. Com a onda de invasões em 2007, o governo Sartori prometeu entregá-lo até 2008. Depois, o prazo foi esticado para 2010 e até agora não conseguiu deixar de ser promessa para se transformar em realidade.   

Se as famílias que foram retiradas como entulhos de suas casas no Loteamento Altos da Maestra por estarem em área de risco e pública, como alega a prefeitura, é porque falta uma política habitacional eficiente, comprometida e responsável para cidade. Se o processo de reintegração estava na Justiça desde 2006, este longo tempo de seis anos que transcorreram só reforça que o problema das invasões segue sem solução por falta de política pública para área habitacional.

Em contrapartida, há inúmeros programas e recursos do governo Dilma Rousseff (PT), por meio do PAC especialmente, para moradia popular. Mas, para ter acesso a esses programas é preciso iniciativa, ação, projetos e contrapartidas dos municípios interessados em investir em habitação. E o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) inaugurado no governo do presidente Lula (PT), como está em Caxias do Sul? Parou? Por que? 

                                Foto blog Adrio Gelatti/Divulgação
O problema das invasões de terrenos é fruto deste descaso social. Afinal, a lista do famigerado Fundo da Casa Popular (Funcap) existe desde 1993 e nunca foi zerada.

A entrega das primeiras unidades do loteamento popular Campos da Serra, na 8ª Légua, é um exemplo dessa ineficiência. A obra prevista para aliviar o déficit habitacional não teve os prazos cumpridos pela prefeitura. As promessas em cima desses 547 lotes foram feitas durante um período em que Caxias viveu uma onda de invasões de terras públicas e privadas, com forte embate judicial por parte da prefeitura para remover as famílias das áreas invadidas. Essa foi a única ação concreta, porque as demais trataivas não passaram de promessas.  

No debate da Câmara de Vereadores da última quinta, Mauro Pereira cobrou com propriedade investimentos nesta sensível área social, mas faltou mais firmeza a outros vereadores (e memória) para relembrar e cobrar de forma mais incisiva essa situação dos 547 lotes, que não consegue transpor a barreira das promessas desde 2005.

O líder da bancada do PT, Rodrigo Beltrão, pediu o afastamento do secretário Flávio Cassina da pasta de Habitação por contra da desastrosa operação que deixou quatro famílias sem casa, sem teto, para morar.

A líder do governo entrou no debate para sustentar que o governo Sartori, por meio da Secretaria de Habitação e da Fundação de Assistência Social (FAS), vai pagar aluguel por 90 dias para as famílias até que a situação esteja resolvida. Quem pagará essa conta? O cidadão, obviamente. Ou seja, eu, você e todo mundo que impostos para a rica Caxias do Sul. Qual será a solução nestes 90 dias?


A Justiça determinou que a prefeitura reconstruísse as casas demolidas na terça-feira com o uso de retroescadeiras, mas o procurador do município em exercício Victorio Giordano da Costa já antecipou que a administração Sartori vai recorrer dessa decisão.


E qual será esperança para essas famílias do Altos da Maestra em termos de moradia popular com dignidade humana? Com a palavra, o prefeito Sartori...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Trapalhada governamental destrói casas de famílias pobres


Essa trapalhada sobre a demolição de quatro casas no Altos da Maestra em Caxias do Sul é motivo, sim, para o prefeito José Ivo Sartori (PMDB) copiar a presidenta Dilma Rousseff (PT) e colocar a vassoura para trabalhar, para varrer secretário.

Essa situação merece tratamento vip pela imprensa, com alta repercussão. O vídeo postado no YouTube pelo mandato do vereador Rodrigo Beltrão (PT) sobre a desastrosa ação é chocante, repugnante, eu diria. Aliás, Sartori não vai falar sobre o episódio?


Lembro-me de quando o então secretário de Habitação Clauri Flores (PT), na administração do Pepe Vargas, do PT, (1997/2004), determinou a derrubada de uma casa no bairro Floresta. A prefeitura foi acusada de demolir a casa sem autorização e teve de reconstruí-la. Essa ação custou o cargo de secretário da Habitação a Clauri.

Naquela ocasião, havia um apelo popular pela retira do imóvel, que tinha denúncias de moradores de moradores que era usado para vandalismo, consumo de drogas e estaria em uma área verde. Mesmo assim, a imprensa não perdoou, dando grande repercussão ao episódio. E fez correto. Mas deve fazer o mesmo agora nesta situação envolvendo o governo Sartori.

Aliás, a rica Caxias do Sul, que cresceu mais do que a China no ano passado, não pode tratar seus moradores desta forma, varrendo para fora de suas casas com retroescavadeira com se fossem entulhos, e as casas destruídas como restos indesejáveis. E pior a reintegração de posse, que já não tinha mais validade, não previa a retirada das casas, segundo a própria Justiça.   


domingo, 24 de julho de 2011

Lazer só no nome. Assim é a vida em Caxias

O lazer é essencial, imprescindível, para o desenvolvimento social das pessoas, para a saúde, para a propalada qualidade de vida. Mas, no Loteamento Parque dos Vinhedos o cenário é de abandono. A calçada é nova, mas está toda estragada e não tem nem seis meses de vida. A obra foi contsruída com recursos públicos, ou seja, dinheiro do povo, por uma empreiteira contratada por licitação.


Mas o poder público paga e não fiscaliza.


Ou seja: permite que tais serviços malfeitos continuem sendo feitos sem qualquer penalidade aos responsáveis, como mandar fazer de novo quantas vezes forem necessárias, até que a obra fique de acordo com o que se espera de uma obra pública, construída com dinheiro do povo.


O jornalista e colunista do Pioneiro Gilberto Blume havia feito esse relato sobre a calçada malfeita do Vinhedos ainda no início de junho. Em coluna publicada por ele em 14 de junho deste ano, o secretário municipal do Planejamento, Paulo Dahmer, se comprometia em verificar a situação no Parque dos Vinhedos, mas pelo jeito em que se encontra a tal calçada, ainda falta tomar medidas. Na época, Blume fazia a  seguinte constatação:

“Se até há pouco os moradores do Vinhedos sofriam por não terem calçada na área verde, agora sofrem porque a calçada construída é ineficiente. Antes o passeio era de grama, agora é de pedra, mas há sinceras dúvidas sobre o que é pior ou o que é melhor”.

Pois bem. O parque infantil e a área verde do Vinhedos são o retrato do abandono. O balanço está quebrado e o bebedouro (também novíssimo) não funciona. Para completar, a placa da administração com a logomarca do governo do prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), está se deteriorando.

Mas, essa realidade de parque infantis e áreas de lazer abandonados não são exclusividade do Vinhedos. A situação de péssima (ou quase nenhuma) conservação se repete em outras áreas da cidade. Os equipamentos do principal Parque Getúlio Vargas, dos Macaquinhos, também estão em precaríssimas condições de uso. O mesmo acontece no parqu e área de lazer do Santa Lúcia Cohab e em outros tantos pontos da cidade.

Normalmente, o argumento é de que a situação é resultado é de depredações, fruto do vandalismo. Mas, no Vinhedos e na Cohab, região na qual eu resido, acho que a situação reflete a ineficiência do poder público em manter a conservação, pois os estragos parecem ser da ação do tempo e não da ação de vândalos. Nos Macaquinhos, a impressão que tenho é semelhante.

Não adianta propagarmos aos quatro ventos que somos uma cidade com qualidade de vida se não temos paques e praças em condições de sustentar essa afimação. Outra coisa: não adianta propagarmos que temos inúmeros programas de combate à violência e às drogas se não criamos estímulos de lazer para envolver as nossas crianças e adolescentes em atividades que os afastem do submundo do crime e da drogadição, do vício, do tráfico.

Depois da intensa chuvarada, calapso na saúde, doenças, o lazer também é limitado. E autoestima?

E aí, prefeitura, qual a resposta para os contribuintes que pagam os seus impostos e reforçam o caixa do governo? 

           
OBS: As imagens que captei, por celular, no Loteamento Parque Vinhedos neste 24 de julho de 2011 falam por si só.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ao mercado, a riqueza. Ao povo, as migalhas

Cada vez que a taxa de juros sobe, uma parcela pequena e milionária da elite fica mais poderosa e rica, enquanto um grande e expressivo número de trabalhadores brasileiros afunda-se no poço da miserabilidade. Juros altos significam menos recursos para o básico: saúde, educação, segurança... Menos recursos para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento, porque reduzem os investimentos em infraestrutura e logística.
Traduzindo. 

Juro alto reduz drasticamente as verbas públicas para estradas, aeroportos e portos. E, consequentemente, reduz a esperança de quem sonha com um emprego digno, com carteira de trabalho assinada, distribuição de renda e melhores condições de vida. Ou seja: reduz o direito do povo à cidadania. Reduz o direito à dignidade humana.
                                 Fotos Internet/Divulgação 


A presidenta Dilma Rousseff (PT) precisa assumir as rédeas do Banco Central para barrar de vez essa política monetária nefasta e injusta que só deixa o povo cada vez mais pobre para manter o status quo de uma pequena parcela da elite.

Essa do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar pela quinta vez consecutiva no governo Dilma a taxa de juros em 0.25, elevando a Selic para 12,5%, beira o desrespeito. É humilhante. É revoltante, porque se trata de uma contradição inclusive com as políticas sociais elencadas pela presidenta como prioridade. É óbvio que não causou surpresa no mercado, porque é quem, de fato, tem ditado as regras da política econômica.

Os banqueiros acumularam 14 milhões de euros em lucro, entre 2004 e 2010. Essa fortuna foi constituída com as bênçãos do Estado, mas não daqueles que sobrevivem com as migalhas de pão seco. Do mercado financeiro e dos investidores internacionais, vêm os aplausos, enquanto boa parte do povo CHORA de fome.

   

A primeira medida para reduzir as desigualdades sociais e tirar da linha da extrema miséria os 16 milhões de brasileiros que passam fome e vivem com menos de R$ 70 por mês reside exatamente na redução dos juros abusivos, que só servem para satisfazer o mercado financeiro e enriquecer ainda mais os banqueiros.  É preciso uma política de governo para romper com esse ciclo vicioso e avançar nas mudanças, com mais distribuição de renda.

Um país, promissor como Brasil, também não se desenvolve com uma taxa de juros tão elevada que só penaliza o povo. Como chegar à posição de quarta potência mundial? Até quando vamos continuar nos curvando às decisões do mercado? A presidenta Dilma foi eleita com o clamor do povo para avançar nas conquistas obtidas nas duas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas, para que isso ocorra, Dilma tem de tomar a dianteira da política macroeconômica do seu governo. Precisa reunir a equipe e impor as regras.   

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pelo que lutamos e sonhamos?

O aumento ou não de vereadores pelas Câmaras da região parece-me uma discussão que deve ser feita no sentido de trazer a população para dentro do debate e não induzi-la a uma visão (pré) concebida sobre o ter ou não ter mais parlamentares. Diante da proporção e do destaque do tema em setores da imprensa caxiense, resolvi colocar a minha colher neste caldeirão, já que Caxias do Sul, por exemplo, deve passar dos atuais 17 para 23 vereadores.

                                 Acervo Câmara de Vereadores/Divulgação    


A representatividade da população aumenta com mais vereadores desde que o povo saiba fazer as suas escolhas. Deixar como está parece uma situação de lavar as mãos. Mas precisamos, antes de tudo, entender e compreender a importância dos poderes constituídos dentro do Regime Democrático de Direito. Lutamos muito para termos essa prerrogativa democrática de escolha, de liberdade de expressão. 

Se não funcionam na sua plenitude, como gostaríamos, temos de nos impor de outra forma. Não na crítica pela crítica, mas na ação concreta, com manifestações, passeatas e peregrinações pelos corredores que levam aos gabinetes dos Parlamentos. Do contrário, estaremos fazendo apologia para desconstituir e enfraquecer essas instituições e, consequentemente, o próprio povo que hoje diz não ao aumento de vereadores, embora a amostragem de 441 enquetes, que resulta no extraordinário percentual de 87,5%, seja pequena, se for considerado que somos quase MEIO MILHÃO DE HABITANTES e 335 MIL ELEITORES.
                                   
                                 Luiz Erbes/Divulgação   


O povo precisa exercer o seu direito de escolhas, de cidadania e de soberania. Mas essa participação deve ser efetiva, permanente, contínua. O eleitor não pode simplesmente eleger o seu vereador e depois não fiscalizar e não acompanhar o seu trabalho. O povo precisa se empoderar deste direito, de que ele é o patrão e deve manter olhos vigilantes e atentos sobre a procuração passada em branco para ser representado por um agente político. Precisa analisar, analisar, analisar, quantas vezes forem necessárias o currículo e as qualificações dos que se apresentam como candidatos. Só assim teremos parlamentares mais qualificados e comprometidos com as lutas do povo.   

Não dá, por exemplo, para o eleitor escolher um nome para votar de última hora, deixar passar quatro anos e depois sequer lembrar o nome de quem votou. É essa discussão que me parece a mais sensata e madura para fazer com a população. Não podemos só condenar os políticos. 

Precisamos, como eleitores, ser mais exigentes nas nossas escolhas e mais vigilantes. Somos quase MEIO MILHÃO de habitantes. Já imaginaram esse exército, ou parte dele, na luta, em ação? Pelo que lutamos e sonhamos? 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Saúde = fé e amor à vida

A saúde no município de Caxias do Sul entrou em colapso justamente quando o povo mais precisava de socorro. São inegáveis os investimentos feitos nas gestões do ex-prefeito Pepe Vargas (PT) e do atual prefeito José Ivo Sartori (PMDB). Apesar disso, também é perceptível que em algum ponto a linha arrebentou por falta de planejamento consistente e contínuo para enfrentar as doenças em um período sazonal como o inverno, onde aumenta consideravelmente as internações e a procura por atendimento médico, até mesmo pelas características geográficas de nossa cidade e pelas condições climáticas.

O caos ganhou tamanha proporção que até o bispo Dom Paulo Moretto estimulou o povo a se insurgir contra a situação, indo para a rua protestar. As palavras sábias, e ditas de forma habilidosa pelo religioso, buscaram amparo no conceito do Fundamento. As posições do líder da Igreja Católica foram reveladas em entrevista ao jornalista Gilberto Blume, na edição do Jornal Pioneiro de final de semana. O repórter insistiu com Dom Paulo se ele agitaria sua bengala em uma mobilização junto com o povo. A resposta foi sim, seguida de outra pergunta com a devida resposta.

“Se eu devesse, eu faria, porque é uma coisa que tem fundamento. Não tem fundamento? Tem fundamento”, pregou o bispo.
                                            
                                Foto divulgação/Internet/por Mitra Diocesana

Mas o recado de Dom Paulo não se restringiu ao estímulo ao povo para ir às ruas. Nas entrelinhas, o religioso fez uma sutil comparação entre os governos Pepe e Sartori no que tange à atenção básica à saúde.

“Eu tenho respeito pelo atual prefeito, mas também tenho estima pelo ex-prefeito Pepe Vargas, por tudo que ele fez pelos hospitais e pelo tipo de medicina que exerceu”.

Blume quis saber mais e perguntou:

Como assim?

E Dom Paulo não o deixou sem resposta:

“Pepe exerceu a medicina popular.”

A greve dos médicos também foi tratada como uma situação triste pelo religioso. E de fato é muito triste, porque traz tristeza e lamentações a diversos lares. Traz dor, aperto no peito, medo e insegurança, porque deixa um flanco aberto num campo de batalha perigoso, num duelo entre a vida e morte. Se salva quem tem a sorte muitas vezes.

Na questão da greve, igualmente, faltou uma palavra mágica nas entre o poder público e o Sindicato dos Médicos: Diálogo. Optaram pelo confronto judicial. E a população assistiu de braços cruzados suas vidas sendo decididas na queda de braço.

A expressão “vá reclamar com o bispo” surgiu na Idade Média como uma forma de mostrar o poder Real que a Igreja detinha nas mãos (e nas decisões) para resolver (ou não) os problemas da população. Hoje, na contemporaneidade, a mesma Igreja continua a exercer seu poder, mas quem apela é o BISPO.

Dom Paulo tem razão. Os movimentos sociais, as Associações de Moradores de Bairros (Amobs), a União das Associações de Bairros (UAB) precisam reagir e emergir do meio da lama, onde reina a peste da INÉRCIA E PASSIVIDADE, para não permitir que a vida humana seja tratada como um jogo de poder ou de diversão.

PS: Na minha casa, as doenças respiratórias abateram a mim, minha mulher e minha filha. Fomos todos parar no pronto atendimento do Hospital Saúde para fazer Raio X. Graças que tínhamos plano de saúde e o tratamento teve início rápido. E quem não tem?      

terça-feira, 5 de julho de 2011

A banda larga do povo é uma bicicleta

O anúncio de que a Internet está mais próxima da população e das camadas mais baixas é um alento para um país como Brasil, mas ainda é preciso percorrer um longo caminho para que a inclusão digital de fato seja concretizada. O Plano Nacional de Banda Larga, que garante velocidade de 1Mbps por R$35,00, foi assinado no dia 30 de junho pelo governo federal para entrar em operação em 90 dias, chegando a todos os recantos do país até 2014, ano de copa, de futebol e de bola na rede. Ano de eleição também, onde é preciso muito treino para fazer gol na urna.

Pois bem. A medida é elogiável, mas R$ 35 por um mega é um custo ainda muito elevado para um país que tem 16 milhões de pessoas vivendo na extrema miséria com menos de R$ 70,00 por mês. Os R$ 35,00 correspondem à metade da renda de muitos brasileiros. É alto o custo se formos comparar as condições de velocidade. Com um 1Mbps, muito raramente um computador funciona na sua plenitudade, com velocidade, sem travar e sofrer quedas frequentes. 

Hoje, pago R$ 59,00 junto à conta telefônica por turbo de acesso à Internet com 10Mbps.



Se formos levar ao pé da letra a necessidade de uma velocidade maior para aumentar o desempenho da máquina, o Plano de Banda Larga lançado pelo governo federal é uma bicicleta, ainda muito distante de se aproximar de uma Mercedes para alcançar a velocidade ideal para promover a revolução tecnológica.
A iniciativa é boa do ponto de vista que obriga as operadoras de telefonia a entrar na concorrência do mercado, competindo com preço e também com qualidade dos serviços. 

O governo da presidenta Dilma Rousseff dá um passo importante para promover, quem sabe, a tão sonhada da Reforma da Mídia, para empoderar o povo com o maior armamento tecnológico e fazer a revolução rumo ao socialismo. Não falo, neste caso, de armamento bélico, mas sim de arsenal digital, de inclusão, com direito de igualdade para acessar as redes sociais, os blogs, os sites e os canais de mídia alternativa. Essas ferramentas precisam estar a serviço do povo e para o povo, sem maquiagem, sem distorções e sem imposição midiática sobre os temas que interessam à vida do povo.

Essa leitura não é uma crítica à política de governo federal para a banda larga. Pelo contrário, enalteço essa iniciativa, mas é preciso avançar, e muito, para chegar ao sonhado boom tecnológico.     

domingo, 3 de julho de 2011

Jornalista e blogueira cubana palestra na UCS sobre redes sociais e liberdade de imprensa

Bate-papo acontece na próxima quarta-feira, dia 06 de julho, às 19h45, no Bloco M da UCS, Sala Florense. O evento contará também com a presença do jornalista e blogueiro Roberto Carlos Dias.

Norelys Morales Aguilera, jornalista e blogueira cubana, é fundadora da rede  "Blogueros y Corresponsales de la Revolución ", que possui 1325 membros em 30 países. Norelys vai falar das experiências acumuladas pelos blogueiros cubanos e da importância da manutenção de uma conduta responsável na rede. As distorções da cobertura jornalística estrangeira sobre a realidade de Cuba também entrarão no debate.

Outro tema da conversa será a utilização das redes sociais em recentes movimentos da população contra o governo em países como Tunísia e Egito.


Além de Norelys, o jornalista e blogueiro Roberto Carlos Dias também vai participar da palestra, falando a respeito de sua experiência com as redes sociais. Roberto trabalhou por 20 anos na imprensa caxiense, nos jornais diários Folha de Hoje e Pioneiro. Nesse último, ficou por quase 15 anos, exercendo as funções de repórter, editor e colunista interino de política por mais de 10 anos.

A idéia da conversa entre os dois jornalistas é trocar experiências sobre a utilização das redes sociais no Brasil em comparação com a realidade de Cuba.
Siga a Norelys no twitter: @norelysmorales
No blog: islamiacu.blogspot.com
Siga o Roberto Carlos Dias no twitter: @RC_Dias
No blog: rcdias-roberto.blogspot.com

O bate-papo Redes Sociais e Liberdade de Imprensa é uma promoção do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul – Delegacia Regional de Caxias do Sul, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul e com o DCE da UCS. É aberto a jornalistas, estudantes e à comunidade em geral.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Negar o presidencialismo é negar Dilma

Quem não reconhece a legitimidade do regime presidencialista vigente no Brasil nas mais diversas estruturas de poder nega inclusive a bandeira que empunhou para eleger a primeira mulher, Dilma Rousseff, presidenta do país. Uma ex-presa política, aguerrida, mas, que, partindo da negação do regime presidencialista, defendido por colegas da Chapa 1, parece não representar esse grupo, que considera esse modelo “um retrocesso e o verdadeiro apagão intelectual”.


Partindo deste conceito lançado em panfletos de ataque da Chapa 1 na última sexta-feira sobre o regime presidencialista, que, nós, da Chapa 2 - Atitude VirAção - defendemos para o DCE, os presidentes da Câmara de Vereadores de Caxias, Marcos Daneluz, da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia, estariam na contramão da Luz Teórico-Política defendida pelos colegas da Situação, da Chapa 1, que seguem na defesa de coordenadorias como forma de “não personificar a figura do presidente e enfraquecer o coletivo.”

Essa leitura está explícita nos materiais ofensivos e caluniosos - e nada propositivos -, distribuídos no Bloco H, não só por estudantes de História, a quem de fato interessa a eleição para o DA, mas infelizmente por colegas de outros cursos e assessores políticos sem qualquer vínculo com o problema que, nós, acadêmicos de História estamos enfrentando com o APAGÃO INTELECTUAL, provocado pela saída de professores e a não-reposição dos quadros, bem como pelos encaminhamentos de aposentadoria que estão sendo feitos por outros. Nós, da chapa 2, temos o compromisso de desencadear um movimento forte e intenso junto ao nosso Centro e à Reitoria para reverter esse quadro. 

Dizer que integrantes das Chapas 2 e 3 parece-nos óbvio, porque, acreditamos que a partir de escolha democrática pelo colegiado, todos passam a ser vinculados ao grupo vencedor, mas isso não quer dizer representados nem com liberdade de decisão quando o pseudo regime é por coordenadorias, mas o exercício funciona de forma personificado, embora o presidencialismo seja negado.   
   

Baseado em qual critério? Qual a periodicidade?

A última edição do jornal Baseado na História do Centro Acadêmico dos Estudantes de História (CAEH), por exemplo, saiu no primeiro semestre de 2010. E depois? Onde foram parar os textos dos alunos que enviaram no segundo semestre do ano passado? Muitos queixam-se de ter enviado material sem que houvesse aproveitamento. Outros alegam que foram cortados parágrafos inteiros de algumas produções, retirando o sentido do contexto da pesquisa. Quem faz a edição? E os cortes?   

Quando propomos publicar resumo/síntese dos trabalhos e a íntegra em um blog específico do DA de História é porque acreditamos que ajuda a estimular e a fortalecer a pesquisa, com o desenvolvimento de artigos científicos e outros estudos mais aprofundados. Agora, quando as ideias estiverem em tamanho possível de publicar na íntegra, não tem o porquê não fazer isso na edição impressa. Temos dois jornalistas na Chapa 2, formados, pós-graduados e com vasta experiência na imprensa regional em reportagem e edição, ou seja, habilitados para fazer essa troca de ideias com os autores, bem como para melhorar a diagramação, o design gráfico da nossa publicação.


Concebemos as redes sociais e as formas de comunicação alternativa, gratuitas na Internet, como ferramentas importantes para fazer ouvir a VOZ DO COLETIVO. Não é uma visão elitista, como acusa a Chapa 1, mas uma visão democrática, de quem acredita nessas ferramentas de comunicação como aliadas para contrapor ao modelo de imprensa vigente e para compartilhar informações de interesse dos acadêmicos.

É preciso ter Atitude, ousadia. Essas plataformas de comunicação não podem estar dissociadas da formação acadêmica, onde pulsa o pensamento e o conhecimento teórico. Acreditamos que podemos contribuir, sim, ao utilizar esses recursos, para fortalecer e fazer ecoar as lutas e as bandeiras do MOVIMENTO ESTUDANTIL, tornando o CAEH protagonista da História dos alunos.

Crise de identidade ou proselitismo político?

A crise de identidade é a pior amnésia que pode afetar o ser humano dentro de um regime democrático de direito, onde a livre expressão é concedida a todos, sem distinção, e não apenas a um grupo. Na disputa para o DA de Historia da UCS tenho visto cada coisa que cada vez me convenço mais sobre a dificuldade dos adversários da Chapa 1, que é da Situação, assumirem identidades políticas, estudantis e ideológicas.


Chamar assessores de vereadores e estudantes dos cursos de Direito e de outras graduações, filiados a partido (s), para fazer panfletagem no bloco H, distribuindo material calunioso e mentiroso que a Chapa 1 fez, sem propostas, é, no mínimo, crise de identidade.

Afinal, é eleição para o DA de História ou para o DCE? Isso não é aparelhamento político? De filiados de qual partido?

Nós, da Chapa 2 – Atitude VirAção – continuamos distribuindo o nosso material com propostas e ideias para o coletivo dos estudantes do curso de História, porque entendemos que temos condições de colocá-las na práxis de forma democrática, dando vez e voz a todos que pagam um preço alto para cursar História na UCS. Esse é nosso compromisso, porque defendemos a política ESTUDANTIL e não o fortalecimento das estruturas partidárias.

Atrelar o debate a partidos políticos e ao derrame de panfletos apócrifos, mentirosos caluniosos, é não respeitar História política dos partidos. É falta de discernimento político ou de formação política.

Precisamos relativizar conceitos e direitos. Partidos, bem como diz o seu enunciado, é Parte. Já o termo Movimento refere-se ao todo, ao coletivo.

Apresentamos-nos para representar o todo. Por isso, pergunto: é crime trabalhar em assessoria parlamentar como profissional? É crime participar do movimento estudantil e reivindicar direitos? Essa atuação é apenas para quem alguns integrantes da Chapa 1 julgam ser permitida? Não posso entrar em um movimento para reivindicar direitos de um curso pelo qual pago um alto custo como qualquer outro estudante por estar em assessoria parlamentar?

Quem escreveu essa Carta Magna restritiva de direitos no movimento estudantil? Aqueles que querem se perpetuar no poder e não aceitam alternância? As mentes brilhantes e iluminadas daqueles que militam em partidos políticos, mas negam o vínculo e a identidade?

Disputa para o DA de História da UCS evidencia tentativa de golpe contra a DEMOCRACIA

O nível do bom debate infelizmente cai e contamina até quem se apresenta com visões esquerdas e defende a DEMOCRACIA quando as discussões vão para o campo das ideias. Jamais imaginei que alunos, formandos, no último semestre do curso de História, pudessem descer ladeira abaixo com um tom tão parecido, tão idêntico, daqueles que sempre condenaram. Daqueles que sempre os pseudos esquerdistas definiram como sendo da direita, capitalista, alinhados ao neoliberalismo.


Confesso que não esperava um golpe tão baixo por parte de pessoas por quem até nutria certa admiração, que são da SITUAÇÃO, ou seja, da CHAPA 1. Falar em aparelhamento político, ideologias partidárias e em chefes é negar, RASGAR, a sua própria História. É negar até mesmo ideias que defende com veemência quando se trata de alternância nos poderes paralelos. É negar a DEMOCRACIA e querer se perpetuar em um regime de absolutismo, onde não há espaço para alternância no poder.  

Jamais fugiria do bom debate, porque construí minha história nos pilares dos movimentos sociais, militando na Juventude Operária Católica (JOC), na defesa dos Direitos Humanos e ajudando inclusive a criar o núcleo de Direitos Humanos de Caxias. Essa participação pode ser comprovada por fotos e documentos apresentados nas comemorações dos 25 anos do núcleo de Direitos Humanos de Caxias. Negar as qualidades e competências das pessoas é reduzir o debate a um nível baixo. Talvez por dificuldade de encontrar contraponto para reagir às propostas concretas da CHAPA 2 – Atitude VirAção - para o DA de História. Propostas que podem ser trazidas para a práxis.

Aliás, fui proponente do debate que NÃO HOUVE entre as três chapas para o DA de História DA UCS, cujo embate de ideias – pelo menos essa seria a condução da minha parte – seria na quarta-feira à noite. O debate não ocorreu por um consenso entre as três agremiações e um representante da comissão eleitoral. Foi cancelado por falta de quórum, porque os colegas estão em final de semestre, fazendo provas, apresentando trabalhos... Essa é a LUZ da verdade sobre os fatos. Como eu poderia fugir de algo que eu mesmo propus? Jamais faria isso, porque passei da fase de brincar com assuntos sérios. Panfletos apócrifos e mentirosos prejudicam o processo, arranham a democracia e mancham a HISTÓRIA das pessoas.

A História da qual eu falo tem nome e sobrenome. É a História de formação, com princípios, ética, correção, seriedade e responsabilidade com qualquer tema ou documento trabalhado. Falo daquela História que busca nas fontes, na veracidade, os fundamentos para a pesquisa. Que descarta de seus estudos documentos frágeis, que traduzem inverdades, calúnia e difamação, ou seja, sem qualquer vestígio, sem qualquer comprovação de fontes escritas ou orais.

Falar de aparelhamento político é também negar a sua própria História, de quem sempre militou em um partido político e transformou o DA de História da UCS em um centro da sua própria mentalidade POLÍTICA-IDEOLÓGIA. Acusar partidos de aparelhamento, que, no passado, ajudaram a sua sigla a compor a História do coletivo, da cidade, é, no mínimo, temerário, porque está assumindo uma posição, e se responsabilizando por ela, acredito eu, na medida em que é um quadro político e pode estar reproduzindo pensamentos de forças ocultas de qualquer instância da vida partidária onde milita.

Vivemos em um país democrático, onde as pessoas podem expressar suas ideias e assumir suas posições político-ideológicas sem esconder-se atrás de um falso moralismo. Falo da democracia que conquistamos a duras penas após um regime severo de cerceamento da liberdade de ideias, de expressão. Falo de um período obscuro, mas muito presente na História do nosso povo. Falo de assuntos que permeiam o nosso dia-a-dia de historiador e de cidadão que vive em um regime democrático de direito. Relacionar disputas ao DA a partidos políticos é negar a sua própria identidade político-ideológico, talvez por ter se libertado das amarras de algumas correntes e por ter mergulhado em outras correntes.

Mas isso são inquietações que me intrigam a mente como jornalista e acadêmico de História. Porém, o imaginário não pode ditar as regras e condutas humanas, porque eu tenho ATITUDE. Por isso, abro mão de interpretações sem provas e sem veracidade, porque a ética e a conduta sempre foram minhas GUIAS na apuração dos fatos jornalísticos, que me tornaram um profissional respeitado, com 20 anos de atuação no jornalismo impresso, sem arranhuras na imagem ou contestações judiciais com julgamentos que desabonassem essa conduta e lisura, tanto na condução da vida, como na postura em sociedade.     

É inconcebível ver formandos fechando sua graduação com uma imagem que em nada contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a luta de um ou de vários não pode ser subjugada com o único propósito de atender a interesses pessoais, e, talvez, aspirações políticas. Jamais ousaria a julgar o partido A ou B em uma disputa do movimento estudantil, ainda mais quando o atrelamento e o aparelhamento revelam a identidade de uma sigla na ação e na identidade dos seus membros. 

Uma coisa que nunca aceitei na minha vida foi ser teleguiado. Portanto, falar em obedecer a ordens do CHEFE é militar na esquerda com a mais pura visão capitalista de quem não imagina que outras pessoas podem e são SER pensantes.

Jamais aceitaria entrar em um movimento se soubesse que o nível seria tão baixo. Afinal, construí uma História de vida pautada pela ética e correção. Ao apresentar-me neste processo como membro da CHAPA 2 – Atitude VirAção- trouxe para o debate de ideias propostas, que espero serem julgadas pelo coletivo do curso de História da UCS e não por quem está deixando a universidade neste semestre, no auge do APAGÃO INTELECTUAL, sem ter movimentado forças e lutas, que diz defender, para qualificar o curso para quem fica.
  
Espero sair deste processo eleitoral com a serenidade, a humildade e a grandeza para aceitar os que hoje nos julgam e condenam em praça pública por nos apresentarmos como alternativa para o DA de História. Espero não negar cumprimentos cordiais e educados para aqueles que nos condenam com derrame de panfletos METIROSOS E APÓCRIFOS. Que negam e ignoram a História de quem faz parte da História da cidade. Isso É patrolar. Isso é patrulhamento. Isso é assumir o controle. Ou tentar assumir. Isso é falta de ATITUDE.          

Por isso, convido a TODOS os colegas a analisarem as propostas das três chapas para o DA de História. As da CHAPA 2 estão postadas neste canal e documentadas em panfletos.